Sertanejos

  C031  
Joseph Khalil | Corrente PI
O sol escaldante, árvores retorcidas e os sorrisos dos nordestinos são características peculiares do nosso sertão. A força do homem trabalhador para colocar o pão sobre a mesa da família – dos poucos recursos que a natureza fornece para alimento – eles obtêm êxito na fartura pois não desperdiçam as comidas. Em cenário cinzento e entre casinhas feita de tijolos, nelas moram famílias unidas. Pais que lutam para realizar os sonhos dos filhos e assim as suas raízes projetam um futuro melhor. Nas escolas os alunos espelham nos professores que vem de outras cidades para enraizar o conhecimento e democratizar o saber naquela localidade.

Eles acordam cedo para realizar os afazeres do dia a dia, uma rotina que realiza com prazer. Antes do cantar do galo, a chaleira já está no fogo para tomar um café quente e preparar o cuscuz. O pai retira leite das vacas e expressa orgulho ao ver seu gado no curral. A mulher varre o terreiro e os filhos ligam o rádio a pilha para dançarem forró entre passos mal ensaiados. Eles buscam água na cacimba e no calendário conta os dias para a chuva cair naquele sertão. O sol a pino castiga o ambiente e o clima fica fadigado, mas eles preferem sua terrinha, seus costumes e a simplicidade na vivência.

Alguns filhos deixam seus pais em busca de estudos na cidade; se formar em uma profissão e voltar para roça com o diploma na mão. As preces das mães para Deus proteger seus meninos das maldades que mata a inocência. E o pai concebe ensinamento e postura de cidadão. A saudade de um ente querido é prova de amor sincero; os pais sertanejo lança palavras ao vento em busca de resposta e os filhos recebem seus versos para frutificar e persistir nos sonhos.

E o sorriso? Um traço bonito no rosto revela a harmonia com a vida e o fardo de sofrimento se perde no caminho. A jornalista Gabriela Aguiar em seu livro “À beira da estrada” (2015), traz um trecho caraterístico, “O sorriso que eles carregam brota como flores no chão árido. Enquanto as plantas precisam de gotas geladas de água para sobreviver, o combustível das pessoas que ali residem é a esperança”. E essa esperança é uma solidão que floresce todos os dias. Podem intitular: sertanejo, caipira, da roça, do interior; abre alas pois eu quero passar!

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