Amizade

Janete Aparecida S Oliveira | Divinópolis MG
Há muitos anos atrás, três companheiros moravam em uma pequena casa. O nome deles eram Amor, Respeito, Compreensão. Os três viviam muito bem sempre em harmonia. Se dedicavam ao trabalho e toda noite sentavam e conversavam...

Um dia, receberam uma visita. O nome dela era Discórdia. Era uma linda moça, altiva, que falava muito bem e tinha um cheiro delicioso. Que colocava sempre em dia a sua opinião, de forma incisiva sem muito espaço para discussão.

Eu quero a panela grande

Luisa Clara Cartaxo Fresta | Queluz PT
L'esprit cherche et c'est le cœur qui trouve
(Georges Sand)
*

Um dia eu andava aflita por não encontrar um título para o meu texto. Seria aceitável se o texto já existisse, ou se pelo menos eu tivesse pensado num tema ou num facto sobre o qual me quisesse debruçar. Mas acontece que ainda não tinha uma única linha escrita, nem fazia a menor ideia de como começar. Convenhamos que começar é a parte mais fácil.

Desenvolver uma história completamente vazia de sentido e de conteúdo e terminá-la com um bom remate é o grande desafio. Um exercício de estilo, inócuo, transparente, apagado e superficial, mas, se o conseguirmos, a sensação é a de pisar o pódio. É uma pequena provocação também. Conseguirá o leitor passar da segunda linha? Estaremos então perante o triunfo da futilidade sobre a realidade e o palpável, o devaneio entediante imperando soberbamente sobre a pujança do quotidiano.

Sabedoria e felicidade

Ronaldo D dos Santos Jr | Rio de Janeiro RJ
No ano passado meu avô completou 89 anos de idade. Na ocasião eu havia acabado de ler Memórias de minhas putas tristes, do García Márquez, e decidi dá-lo de presente a ele. Escrevi uma dedicatória, como de costume, dizendo que, se ele se comportasse bem durante o ano, eu arrumaria uma Delgadina como regalo pelo nonagésimo aniversário.

O livro me abalou profundamente, talvez por eu ter me identificado com a imagem do velho que, por medo e inabilidade em lidar com os próprios sentimentos, termina a vida solitário. Passei uns dias ensimesmado, refletindo, do alto dos meus trinta e poucos anos, sobre todos os amores que acabei deixando passar, e que agora estão perdidos para sempre na curva da estrada, no nebuloso mundo do “e se eu tivesse feito diferente?”

Em resposta ao seu preconceito

Júlio César dos Santos | Divinópolis MG
Opção? Você acha que eu tive?

Se eu realmente tivesse, nunca escolheria ser assim! Em um mundo tão preconceituoso como esse! Eu não sou doido.

Como pôde dizer isso? Ha! É claro, você nunca entenderia.

Para você as coisas são mais fáceis. Você é "normal".

Você não sabe como é a minha vida, a vida de todos nós. Você acha que temos um problema, mas quem tem problema mesmo é a sociedade. Nós nascemos assim, não tem como mudar, é o que somos.

Acidente dos outros,
problemas dos outros!

José Lucas Pereira da Silva | Juripiranga PB
Havia cacos de vidros. Sirenes de ambulância. Um tumulto já se formava. A batida foi feia, envolveu dois carros, um Fiesta 2008 e um táxi. Um dos carros cruzou o sinal que estava fechado, no momento não se podia saber qual. A batida aconteceu em frente à Barbearia do Luiz, onde ele fazia a barba de um cliente, que por sorte não teve o rosto marcado também, assim como o asfalto ficou com o acontecido.

Francisco que aguardava sua vez, ao levantar para ver o que havia acontecido, não percebeu seu celular caindo atrás do banco onde estava sentado, ele não podia imaginar que aquela batida seria o indicio de um dia daqueles. Depois do acontecido e dos ânimos acalmados, Francisco cortou seu cabelo e saiu caminhando em destino a sua casa.

Escrever

Úmero Card'Osso | São José dos Campos SP
Somente a partir do momento em que decidi que eu seria absolutamente livre para escrever qualquer coisa; que eu assumiria em minha obra a mais completa liberdade; que eu escreveria o que me viesse à cabeça sem titubear em ditames de estilística; somente a partir desse momento; minhas mais de mil páginas apareceram perante mim como um exército diante de seu general, e somente a partir dessa decisão, se me vislumbrou a grande realização na vida de um escritor, que não é sua obra, mas sim sua liberdade.

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