O rato

  C075  
Santos | Divinópolis MG
Mermão conta que quase caiu de brusso, cum cavalo de roedô qui viu na dispensa. Gerardo é memo muito futriquero, pra que mexê naques tranquera veia e sustá o bichinho. Nem memo tava no mei do caso, eu so oiei dibaxo do banco e la tava o disgramento.

Mostrei pru Gerardo, ele paro cum assunto e já freveu em riba do comedorme. Já catei tamem uma vasora veia que tava distrais da porta e cerquei pro bixinho num dá no pé.

Ele gosta de subi nus portar, intão fiquei ali purperto. Gerardo cutucô o comedorme; ele rancô em disparada pras banda da cuzinha. Logo mi veio na cajola, vovó ta na bêra do fugão e ela bambeia as perna cum mêdo de rato.

Gerardo quis nem sabê. Gritô da dispensa. La vai a peste vovó Irda. So iscurtei quando a cuié de ferro disbrunhô la pro chão. Vovó muma gritaria chingava de tudo contenome ruim o comedorme. Matutei cumigo, ela subiu na cadera, mais fiquei bismado, ela que cramava dordiperna dor dicosta, tava trepada no fugão. 

Num ti conto nada, o rato deu di i pras banda dela, ela sarto do fugão cum esperteza de cala boca daquês que tinha arguma durda da sua saúde. Passô no mei de nois numa tuada que só o rato tinha iguali. Eu mais Gerardo quebramo arguma coisa, mais pegamo o disgramento.

O comedorme tava iguar isquilo, era memo um cavalo de rato. Dispois do fusuê la vem vovó pircurano a bengala. Eu mais Gerardo tava num canto morrendo dearri. Lembrano do susto que ela levô e da esperteza que ela arrumô.

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