À civilidade!

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José da Silva | Vitória de Santo Antão PE
Na última semana, o Brasil vivenciou uma situação extremamente curiosa: um segurança de um Shopping Center, em Salvador/ Bahia, tentando impedir uma criança ou pré adolescente de fazer uma refeição ali, naquele ambiente, que de acordo com as convicções de muitos, não é um lugar apropriado para pobres, ou para pessoas que são consideradas inferiores por uma classe econômica-social que esta acostumada a comandar e decidir sobre tudo e sobre todos.

E o que chamou mais atenção foi a arrogância do tal segurança, que poderia ter resolvido aquele caso sem maiores consequências, tal como, chamar aquele rapaz, bem intencionado, ao um canto e explicar a razão daquele garoto não poder adentrar aquele local, reservado à pessoas privilegiadas; e claro, dizer que estava cumprindo ordem, e até reforçar, que estava com um procedimento contra a sua vontade, era o seu ofício que o levava a agir daquela maneira. Isso não aconteceu.

O segurança, com uma euforia assustadora, gritava: “Ele não vai comer!” Enquanto o rapaz, apresentando uma nobreza característica de um ser humano evoluído moralmente e com a mesma intensidade, dizia o contrário. Até que a direção daquele espaço comercial chegou e resolveu aquele estranho impasse.

E eu me reportei a algum tempo atrás, lembrando-me de um fato, guardadas as devidas proporções, muito parecido com esse inoportuno ocorrido na terra de Castro Alves. Aconteceu na Austrália, e também em um Shopping Center; e lá foi assim: esse Shopping era frequentado por pessoas idosas, uma boa parte, bem idosas; porém, também, haviam muitos jovens comparecendo àquele local. E esses idosos não estavam sentindo-se bem com aquela movimentação tão pertinente ao universo juvenil. Ou seja, falatório, brincadeiras, irreverências, pegações etc; e isso tudo causava incômodo aquele pessoal cuja discrição é um imperativo da vida.

E assim, foram recorrer à direção daquele estabelecimento comercial, solicitando providências quanto à presença daqueles jovens. A direção, inicialmente, não sabia o que fazer. A Austrália, classificada como uma nação democrática, civilizada, não ia admitir uma atitude autoritária, discriminatória e ultrapassada. E, estudando o caso com muito responsabilidade e inteligência, tiveram a seguinte ideia, colocar canções de Frank Sinatra o tempo todo. E o resultado foi estupendo; passado menos de um mês, não havia mais um jovem ali.

E, no caso do Brasil, daquele Shopping Center baiano, o que seria interessante fazer lá? Poderia colocar pessoas em seus corredores recitando versos do Castro Alves ou lendo textos do Ruy Barbosa! Quem sabe, não surtiria efeito!No entanto, corre-se o risco de afastar toda a clientela!

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