C067
Marcelo Silva | Cajamar SP
Durante meses, eu e um amigo conversávamos através de um aplicativo, esse de mensagens multiplataforma que permite trocar informações. E sempre o cobrava por um encontro pessoal. Por mais que os avanços tecnológicos avançaram, eu acredito nos “olhos nos olhos”, porque revela o ser humano no seu jeito de falar, nos gestos, no toque, na risada, no cheiro. Elementos que proporcionam uma magnitude no relacionamento.
Tomei iniciativa e fui visitá-lo em pleno dia vinte de julho, Dia do Amigo. Ficamos durante vinte minutos, falando da vida , como não fazíamos há tempo. Mas o celular rompeu nosso assunto com um som de notificação, sinalizando uma mensagem de texto.
— Um momento!
Ele começou digitar um texto, respondendo a uma mensagem sobre o trabalho. Ao concluir, pediu licença e atendeu um chamado no celular. Era a discussão de um problema profissional; comentou que orientaria o caso pelo aplicativo. Foi a vez de outro aplicativo que disponibiliza ao usuário um bate-papo por texto, áudio ou vídeo, além do compartilhamento de imagens e emoticons.
Pediu desculpas:
— Só tenho minha mulher nesse aplicativo.
— Não, amor, fiz contato para saber se realizou a compra! Mas só deu ocupado...
Surpreendeu-me subitamente:
— Olha quem está aqui em casa, mirou o telefone pra mim, já que a conversa era pelo vídeo — Fiquei pasmo!
— Essa tecnologia — encerrou a chamada de vídeo e enviou o símbolo de um sol expelindo um beijo de coração.
— Bem, nós estávamos falando do que mesmo?!...
Trimm... O telefone fixo tocou, atendeu ligeiramente, mas era propaganda de uma empresa. Colocou rapidamente no gancho e dirigiu-se à cozinha.
Aproveitei e visualizei meu aplicativo para troca de mensagens com minha namorada, que demonstrava o “visto por último às 17:20“ e tragicamente desconsiderou as minhas mensagens, ocasionado por um “bendito” emoticon enviado por uma colega; um sol com olhos de coração. Símbolo, que simplesmente me queimou!
Despertei-me do sofá e corri para ajudar com as bebidas. Mal pode perguntar se eu queria gelo, entrou uma chamada indicando que chegou um e-mail no celular.
— Preciso ver, pode ser importante.
Em seguida, fez uma ligação para queixar-se do arquivo em anexo que não abriu.
Meu estômago fez um barulho igual dos aplicativos, alertando fome. Levantei-me sonorizado de tudo aquilo. Ele com dedo em riste para que eu me sentasse.
— Já estou terminando; só preciso converter esse arquivo.
Observei a televisão desligada demoradamente. Refleti sobre uma pesquisa e esbravejei:
— Você sabe dos riscos à saúde da exposição crônica e desenfreada a radiofrequência do telefone celular. É, sem sobra de dúvida, a possibilidade do desenvolvimento de tumores cerebrais!
— Sério? — disse ele atônito.
Emendei tragicamente:
— Os motivos para o alarme é o fato de a cabeça ser a região de maior exposição localizada, e a ocorrência de casos informais de grandes usuários que morreram de câncer cerebral.
— Como viveremos sem o aparato tecnológico?
Amenizei:
— Fique tranquilo! Porque ainda não há evidência entre estudos envolvendo telefones celulares à associação com tumores cerebrais.
— Nossa! Como a gente tem coisas para conversar, você ficou mais de uma hora aqui e nem colocamos a conversa em dia — disse ele.
Esbocei um sorriso e apresentei minha insatisfação:
— Os aparelhos eletrônicos viraram uma espécie de muleta e o portador desenfreado da tecnologia, um deficiente da comunicação presencial; como dispositivos de rede local sem fio e sem sinal.
Tomei iniciativa e fui visitá-lo em pleno dia vinte de julho, Dia do Amigo. Ficamos durante vinte minutos, falando da vida , como não fazíamos há tempo. Mas o celular rompeu nosso assunto com um som de notificação, sinalizando uma mensagem de texto.
— Um momento!
Ele começou digitar um texto, respondendo a uma mensagem sobre o trabalho. Ao concluir, pediu licença e atendeu um chamado no celular. Era a discussão de um problema profissional; comentou que orientaria o caso pelo aplicativo. Foi a vez de outro aplicativo que disponibiliza ao usuário um bate-papo por texto, áudio ou vídeo, além do compartilhamento de imagens e emoticons.
Pediu desculpas:
— Só tenho minha mulher nesse aplicativo.
— Não, amor, fiz contato para saber se realizou a compra! Mas só deu ocupado...
Surpreendeu-me subitamente:
— Olha quem está aqui em casa, mirou o telefone pra mim, já que a conversa era pelo vídeo — Fiquei pasmo!
— Essa tecnologia — encerrou a chamada de vídeo e enviou o símbolo de um sol expelindo um beijo de coração.
— Bem, nós estávamos falando do que mesmo?!...
Trimm... O telefone fixo tocou, atendeu ligeiramente, mas era propaganda de uma empresa. Colocou rapidamente no gancho e dirigiu-se à cozinha.
Aproveitei e visualizei meu aplicativo para troca de mensagens com minha namorada, que demonstrava o “visto por último às 17:20“ e tragicamente desconsiderou as minhas mensagens, ocasionado por um “bendito” emoticon enviado por uma colega; um sol com olhos de coração. Símbolo, que simplesmente me queimou!
Despertei-me do sofá e corri para ajudar com as bebidas. Mal pode perguntar se eu queria gelo, entrou uma chamada indicando que chegou um e-mail no celular.
— Preciso ver, pode ser importante.
Em seguida, fez uma ligação para queixar-se do arquivo em anexo que não abriu.
Meu estômago fez um barulho igual dos aplicativos, alertando fome. Levantei-me sonorizado de tudo aquilo. Ele com dedo em riste para que eu me sentasse.
— Já estou terminando; só preciso converter esse arquivo.
Observei a televisão desligada demoradamente. Refleti sobre uma pesquisa e esbravejei:
— Você sabe dos riscos à saúde da exposição crônica e desenfreada a radiofrequência do telefone celular. É, sem sobra de dúvida, a possibilidade do desenvolvimento de tumores cerebrais!
— Sério? — disse ele atônito.
Emendei tragicamente:
— Os motivos para o alarme é o fato de a cabeça ser a região de maior exposição localizada, e a ocorrência de casos informais de grandes usuários que morreram de câncer cerebral.
— Como viveremos sem o aparato tecnológico?
Amenizei:
— Fique tranquilo! Porque ainda não há evidência entre estudos envolvendo telefones celulares à associação com tumores cerebrais.
— Nossa! Como a gente tem coisas para conversar, você ficou mais de uma hora aqui e nem colocamos a conversa em dia — disse ele.
Esbocei um sorriso e apresentei minha insatisfação:
— Os aparelhos eletrônicos viraram uma espécie de muleta e o portador desenfreado da tecnologia, um deficiente da comunicação presencial; como dispositivos de rede local sem fio e sem sinal.